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Senta o dedo nessa porra!

sábado, 17 de dezembro de 2005

O troco

Sempre fui um cara que acreditou que esse negócio de acordar cedo é pra perdedores... eu tenho sido um. Sou obrigado por meu novo emprego a acordar as 5:30 da manhã.
Um cara que é bom de cama como eu e que acredita que é possível ser feliz dormindo, acordar com o humor e reflexos de uma pessoa pós derrame, traz conseqüências nem sempre boas.
Hoje lhes contarei uma.

Todos sabem que o tempo quando a pessoa acorda pra trabalhar, ele corre com o dobro da velocidade habitual, e você sempre tem muita coisa pra fazer:

1 – a cagada matinal
2 – tomar banho
3 – tomar café de cueca
4 – procurar uma roupa limpa e que não tenha sido ruminada por um boi
5 – vesti-la
6 – calçar meias e sapatos (complicação total, pois é o meu momento de contemplação da vida, segurando a meia)
7 – escovar os dentes sem se babar

isso tudo demanda um tempo que você nunca tem e se tentar fazer isso com calma e de forma civilizada levaria a manha toda.

Feito tudo isso, tropeçar no cachorro que ainda dorme, e sair com um pedaço de pão com qualy na boca, é chegado o momento maratona da manha, que é correr para pegar o maldito ônibus que já está no ponto, pronto pra sair, entrando aquela cabeçada de gente feia, você entra na fila e resolve sacar a carteira pra... epa!!!! que carteira?????

Não havia tempo de voltar, não tinha um puto no bolso... minto tinha 35 centavos... resolvo abrir minha pasta, procuro entre a marmita e os cadernos, começo a suar frio, pois ja estava dentro do coletivo (qual é o coletivo de coletivo????) e então encontro um VT de 7 rei, faltando 2 dias pra acabar a validade e meio amassado.

Resolvo usar os inteleto do meus sistema muito nervoso e penso:

- ae, já é, tipo assi, vou dar uma de migué

nota: Em nossa petrópolis querida há uma norma que diz o VT Maximo que pode ser aceito pelo cobrador é o dobro do valor da passagem do percusso, nesse caso a passagem custa R$ 1,70, seria de R$ 3,40.

Enfim, chega a minha vez de passar no curral, entrego o vt e espero a reação, já passando pela roleta com cara de paisagem.

Neste momento o silencio toma conta do ônibus (na verdade os passageiros murmurram entre si ou babam enquanto dormem).

O cobrador olha pra mim... olha pro vt... maquina alguma coisa e não diz nada enquanto eu caminho pro primeiro banco vazio.

Meu coraçãozinho se enche de ódio, pois penso:

- Que fedaputa, nem pra me dar o troco.

Mais uma pra fodas matinais.

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ae, ve a merda que tu vai dizer...

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